Subscribe Twitter Facebook

quarta-feira, 1 de setembro de 2010





" Uma noite de lua pálida e gerânios


ele viria com boca e mãos incríveis


tocar flauta no jardim.


Estou no começo do meu desespero

e só vejo dois caminhos:

ou viro doida ou santa.

Eu que rejeito e exprobo

o que não for natural como sangue e veias

descubro que estou chorando todo dia,

os cabelos entristecidos,

a pele assaltada de indecisão.

Quando ele vier, porque é certo que vem,

de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?

A lua, os gerânios e ele serão os mesmos

-- só a mulher entre as coisas envelhece.

De que modo vou abrir a janela, se não for doida?

Como a fecharei, se não for santa? "

(ADÉLIA PRADO )


Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Powered by Blogger