e a língua solta. Calço meus pés de estrelas, todas. Minha palavra tomba quando cerrada. Estufo meu peito de arbusto e me recolho caule. Tenho no coração um fórceps de flores. " DAVID COHEN
" Aos 15 me disseram que aos 30 estaria mais maduro e poeta. Passados os anos conto tostões e palavras. Padeço de versos nublados e cenho franzido. Tenho tantas rugas quanto os caminhos do pensamento. O que não tenho mais é tempo e nem faz tanta lua como antigamente. " ( DAVID COHEN )
" que uma brisa na retina te ilumine dos meus quereres que dos teus passos cresçam nuvens para eu me deitar sossegado e que tudo flua feito canto desavisado " ( ASSIS FREITAS )
quinta-feira, 7 de maio de 2015
JANELA SOBRE A PALAVRA / 1 Magda Lemonnier recorta palavras nos jornais, palavras de tod0s os tamanhos, e as guarda em caixas. Numa caixa vermelha guarda as palavras furiosas. Numa verde, as palavras amantes. Em caixa azul, as neutras. Numa caixa amarela, as tristes. Em uma caixa transparente guarda as palavras que têm magia. Ás vezes, ela abre e vira as caixas sobre a mesa, para que as palavras se misturem do jeito que quizerem. Então, as palavras contam pra Magda o que acontece e anunciam o que acontecerá. ( Trecho do livro MULHERES - de EDUARDO GALEANO) (pg. 163)
A CASA DAS PALAVRAS Na casa das palavras, sonhou Helena Villagra, chegavam os poetas. As palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se ofereciam, loucas de vontade de ser escolhidas: elas rogavam aos poetas que as olhassem, as cheirassem, as tocassem, as provassem. Os poetas abriam os frascos, provavam palavras com o dedo e então lambiam os lábios ou fechavam a cara. Os poetas andavam em busca de palavras que não conheciam, e também buscavam palavras que conheciam e tinham perdido. Na casa das palavras havia uma mesa das cores. Em grandes travessas as cores eram oferecidas e cada poeta se servia da cor que estava precisando: amarelo-sol, azul do mar ou de fumaça, vermelho-lacre, vermelho-sangue, vermelho-vinho... ( Trecho do livro MULHERES de Eduardo Galeano ) (pg. 168)
" Não nasci para resfriar o mundo Neste lerdo cortejo de omissões Estas palavras interditas Suspensas Não vim quebrar as pernas do sol Silenciar cada bemol Não vim para arrebentar o anzol Do velho Hemingway Sou mar e trovão no coração Nasci para amar sem lastro Para dançar no pátio It is my way " BÁRBARA LIA
sexta-feira, 17 de abril de 2015
" O tempo é de aço, mas pássaros de espuma ainda pousam na nossa janela..." ( ZENILDA LUA -- poeta)
" A música está no bico dos pássaros na pétala da lamparina no caracol dos teus cabelos no movimento dos músculos e no M das mãos nada mais sagrado do que teus olhos acesos pra me iluminar na escuridão " ( ARTUR GOMES -- poeta )
PEDIDOS DE CASAMENTO
de súbito me pedes para ser concreto alicerces paredes e teto portas invioláveis janelas encerradas mentiras irrefutáveis fobias escancaradas ditas e ditos gostos e gestos odiosos de tão amáveis lembranças de esquecimento mudanças de horário festas de aniversário pedidos de casamento sinto muito mas neste momento prefiro ser vento (RODRIGO MEBS -- frutafarta.blogspot.com.br)
quinta-feira, 16 de abril de 2015
" Quem faz um poema abre uma janela. Respira, tu que estás numa cela abafada, esse ar que entra por ela. Por isso é que os poemas tem rítmo - para que possas profundamente respirar. Quem faz um poema salva um afogado." ( MARIO QUINTANA )